OMS espera que EUA revisem decisão de deixar a organização.
- Alexandre Dehon de Almeida Lima
- 21 de jan.
- 3 min de leitura

OMS lamenta saída dos EUA e espera por reconsideração: "Parceria é essencial para a saúde global"
A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou profunda preocupação com a decisão do presidente Donald Trump de retirar os Estados Unidos da organização. Em comunicado oficial, a entidade pediu que o país reavalie a medida, destacando a importância da parceria histórica para o enfrentamento de desafios globais de saúde.
"Estamos ansiosos para engajar em um diálogo construtivo, visando manter a colaboração entre os Estados Unidos e a OMS em benefício da saúde e do bem-estar de milhões de pessoas ao redor do mundo", declarou a organização.
A decisão foi oficializada no primeiro dia do segundo mandato de Trump, quando o presidente ordenou que as agências federais interrompessem "transferências futuras de fundos, apoio ou recursos do governo dos EUA para a OMS". Trump, que já havia ameaçado essa medida em seu primeiro mandato, acusa a agência da ONU de ser influenciada pela China, especialmente na condução inicial da pandemia de Covid-19.
Histórico de cooperação e críticasEm sua nota, a OMS lembrou dos resultados significativos alcançados em parceria com os Estados Unidos ao longo das últimas décadas. "Juntos, acabamos com a varíola e, juntos, levamos a poliomielite à beira da erradicação. As instituições americanas contribuíram e se beneficiaram enormemente da filiação à OMS", destacou.
No entanto, a relação entre os EUA e a organização tem se deteriorado desde o início da pandemia. Trump frequentemente criticou a OMS, alegando que a entidade teria favorecido a China em sua resposta inicial à crise sanitária, atrasando informações cruciais que poderiam ter mitigado a propagação do vírus.
Reações internacionais e apelo à cooperaçãoA decisão de Trump também gerou preocupações entre aliados internacionais. A União Europeia classificou a medida como um retrocesso significativo na luta contra as ameaças globais à saúde. "Se quisermos ser resilientes frente a desafios sanitários globais, precisamos de uma cooperação internacional sólida nessa área", afirmou o bloco em comunicado.
Outros países e líderes de saúde pública ressaltaram que a saída dos Estados Unidos, um dos principais financiadores da OMS, pode comprometer esforços de longo prazo em áreas como vacinação, resposta a surtos epidêmicos e combate a doenças negligenciadas em regiões mais vulneráveis.
Impactos na saúde globalOs Estados Unidos têm historicamente desempenhado um papel central no financiamento e nas operações da OMS. Sua saída não apenas reduz significativamente os recursos da organização, mas também ameaça iniciativas de saúde em países em desenvolvimento que dependem de parcerias com os EUA para programas de combate a doenças como malária, HIV e tuberculose.
Especialistas apontam que a decisão de Trump pode ter efeitos duradouros na capacidade de resposta global a pandemias futuras. “Em um momento em que a cooperação global é mais necessária do que nunca, essa decisão envia uma mensagem preocupante e enfraquece o sistema de saúde internacional”, disse o pesquisador em saúde global David Michaels.
Próximos passosApesar da ordem executiva de Trump, o processo de retirada completa dos Estados Unidos da OMS pode levar meses. Durante esse período, diplomatas e organizações de saúde ainda esperam negociar uma reversão da decisão.
Enquanto isso, o mundo observa com atenção os desdobramentos dessa ruptura, que pode redefinir o papel dos Estados Unidos no cenário da saúde global e impactar profundamente a capacidade de resposta internacional a crises sanitárias emergentes.
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